Por Trás do Som: Emicida – O Rapper que dá voz as minorias


Emicida – O Rapper que dá voz as minorias

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Leandro Roque de Oliveira (São Paulo/SP 1985), conhecido como Emicida. Cantor, compositor, produtor musical e desenhista. Nascido e criado no Jardim Fontális na Zona Norte de São Paulo, seus pais organizadores de bailes de bairro.

Emicida estuda e se forma em desenho pela Escola de Arte de São Paulo. Durante seus primeiros dois anos após se formar, atuou como desenhista e roteirista de história em quadrinhos. Em paralelo, escreve poesia e letras de rap e começa a frequentar batalhas de Freestyle. 

Em 2005, Leandro recebeu o apelido de Emicida, que é a fusão das palavras MC e homicida, pois os colegas consideram que Leandro “assassina” seus concorrentes. O apelido se transforma em seu nome artístico que também funciona como sigla E.M.I.C.I.D.A. ( Enquanto Minha Imaginação Compor Insanidades Domino a Arte).



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Produziu de maneira caseira 300 copias do single da música “Triunfo”, que repercute na internet e lhe dá projeção para além de São Paulo. O sucesso lhe motivou a lançar em 2009, o EP “Pra quem já mordeu um cachorro por comida até que eu cheguei Longe”. Na sequencia, produziu o EP “Sua Mina ouve rap também”. Cria em sociedade com seu irmão e empresário, o cantor Evandro Fióti, a produtora Laboratório Fantasma, pela qual lança seus próprios trabalhos e de outros artistas, como o rapper Rael. Depois ele lança o EP “Emicidio”.

Com o sucesso ele participa de eventos musicais de peso no Brasil e no exterior como: Festival Coachella (2010) – California/EUA, Rock in Rio (2011 e 2013) e Black2Black Festival (2011) – Londres/Inglaterra. Ele grava o disco seguinte “Doozicabra e a Revolução Silenciosa”, em Nova York, com a produção da dupla norte-americana K-Salaam e Beatnick. Atuou como repórter do programa “Manos e Minas” da TV Cultura em 2010 e no ano seguinte apresenta o programa “Sangue B” na MTV.

Em shows e Gravações, Emicida cantou com os racionais MC’s, Kamau, Rashid, Projota, Elza Soares, Martinho da Vila, Cidade Negra, Wilson das Neves, Pitty, Gaby Amarantos, Fabiana Cozza, Criolo, entre outros artistas.


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Em 2013, lançou um CD em conjunto com o Criolo intitulado “Criolo e Emicida – Ao Vivo” e após lançou seu primeiro álbum em estúdio “Glorioso retorno de quem nunca esteve aqui”, com participação de Rael, Dona Jacira, Tulipa Ruiz, Estela Vergilio, Pitty, Wilson das Neves, Quinteto em Branco e Preto, Rafa Kabelo, Fabiana Cozza e Juçara Marçal.

Ainda em 2013, ele compôs trilha sonora do videogame da Rockstar Games Max Payne 3.

Em 2015 ele lançou o álbum intitulado “Sobre crianças, quadris, pesadelos e Lições de casa...” que foi indicado ao Grammy latino de melhor álbum de música urbana. Esse álbum teve um destaque visual com seus vídeos clipes e destaca-se com a música “Mandume” com participações de Drik Barbosa, Amiri, Rico Dalasam, Muzzike e Raphao Alaafin, o vídeo clipe que mostra pessoas negras e periféricas com o papel de protagonistas de suas histórias e dá destaque as participações especiais. Outro Destaque é a música “Boa Esperança” que o vídeo clipe é um soco na barriga da sociedade brasileira, sobre o tratamento aos negros e pessoas periféricas e sua posição no trabalho que se repete ao que era na época da escravidão de subalternos e não tem o devido respeito. 

Nascido da união de Emicida e Rael aos portugueses Capicua e Valete, o projeto “Língua Franca” celebra a língua portuguesa falada por todos. Kassin, Fred Ferreira e Nave assinam a produção. Faixa do álbum, “A Chapa É Quente” foi indicada ao Grammy Latino na categoria canção de música urbana.

Em 2018 o Emicida gravou o single na versão brasileira para o filme “Pantera Negra”, com o título com o mesmo nome do filme, composta por ele e Felipe Vassão. Ainda em 2018, ele lançou colaborações com Djonga, BK’, Ricon Sapiência e Mano Brown.

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Em 2019 recentemente ele lançou a Música “AmarElo” com sample: Belchior – Sujeito de Sorte com a participação de Majur e Pabllo Vittar, onde fala sobre depressão e que é uma doença que também atinge as minorias. O Vídeo Clipe gravado no Estado do Rio de Janeiro mostrou casos de superações, mas o destaque é o depoimento que inicia o vídeo que é de um amigo do Emicida que tentou suicídio e faz tratamento para depressão. Amarelo também é no semáforo sinal de atenção e simboliza a cor da campanha do “setembro amarelo” – mês da prevenção ao suicídio. Música e vídeo clipe emocionante e com o refrão do Belchior “(...)Ano passado eu morri/Mas esse ano eu não morro” nos traz o estimulo de olhar com empatia quem sofre de depressão, que é o mal do século.

Tata Boeta

Graduando em Produção Cultura, roteirista, 
ator, diretor de teatro/performance, compositor, poeta e bailarino.

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