Chernobyl: Série caminha para o seu último episódio com sangue nos olhos e com os olhos nos prêmios.
Os episódios 3 e 4 de Chernobyl são sem dúvidas os 2 melhores, até então, esses episódios se completam e ambos seguem um mesmo caminho de agonia, tristeza, dor, aprisionamento e qualquer outra coisa que possa te fazer mal.
Acho que Chernobyl já tem a consciência tranquila de que fará uma limpa nas próximas premiações, a direção de Johan Renck é de uma precisão que me deixa atônito, e o roteiro de Craig Mazin, nossa, é escrito com uma maestria que me assusta. Chernobyl tem uma produção que beira a perfeição, digo sem dúvidas nenhuma que é a melhor produção da HBO.
O episódio 3 “Open Wide, O Earth” segue mas especificamente 2 personagens, Valery (Jared Harris) que tenta botar em prática um plano para descontaminar Chernobyl, enquanto Lyudmilla (Jessie Buckley) ignora os avisos e invade a área para ver seu marido, sem ter noção do perigo que está correndo.
Jessie e Jared são destaques nesse episódio tanto pelos seus arcos, quanto por suas atuações, além da caracterização, que é impecável, eles entregam uma atuação tão convincente que você só aprecia aquilo tudo, você se afunda naquilo tudo, e isso é algo que Chernobyl faz com você, por isso é tão difícil ver, pois tudo ali é muito real, a cena onde Lyudmilla fica do lado do marido mesmo ele estando em carne viva por causa da radiação, e o pior de tudo é ela estar grávida e ali se encostando nele, a gente que está assistindo fica num desespero tão grande, é muito estranho.
Já o episódio 4 “The Happiness of All Mankind” acredito que tenha esse nome exatamente como uma ironia, pois é ao episódio mais triste, obscuro e pesado da série. Nele vemos acontecer uma “evacuação” e “descontaminação” de toda aquela área, temos muitas cenas silenciosas e muitas mortes, porém de animais. Como uma espécie de medida preventiva, os soldados recebem a missão de matar todos os animais do local, pois eles já haviam sido contaminados de qualquer maneira, mas ver as cenas tão detalhadamente, e quando não era mostrado dava pra escutar, é preciso um estômago forte pra ver esse episódio. Além disso temos a introdução de Barry Keoghan no elenco e mesmo em apenas um episódio ele já roubou a atenção pra ele, e obviamente Emily Watson e Jared Harris também brilharam nesse episódio, e o que me impressiona é Stellan Skarsgard ficando meio fora de foco e apagado.
Uma fotografia seca e visceral, uma trilha sonora que nos eleva para um nível de tensão muito grande, maquiagem e figurino são um destaque á parte, pois tudo é feito com uma grande precisão, sem dúvidas HBO está perdoada pelo o que fez com GOT, pois nos presentou com Chernobyl, Euphoria e Big Little Lies esse ano. HBO eu te perdoo, mas não por tudo.
Escrito por Daniel Gomes.
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