Um filme de drama produzido totalmente com personagens indígenas, e isso me gerou certa euforia e curiosidade por saber o quanto peculiar e original é o filme, Vivem em um tribo indígena nas florestas brasileira, deve-se esperar que o filme seja com uma carga de cultura, arte e historia brasileira, de uma forma autentica, respeitosa com os índios, dando voz e imagem ao um povo, que tem um enriquecimento muito profundo de cultura, costumes, artes e principalmente valores éticos com o próximo e intimidade com a natureza, ao qual mostra nitidamente a importância que os povos indígenas dão para o espaço que habitam, onde plantam apenas para sua subsistência, por isso podemos aprender muito nesse filme onde enalta os aspectos mais simples e naturais do cotidiano do índios e os seus costumes de sobrevivência.
Ihajãc pertence ao tribo indígena Krahô, onde passa seu cotidiano ao lado de sua esposa (Kôtô Krahô) e o seu filho primogênito, o filme se baseia no Ihajãc fugindo do espírito do seu pai que se manifesta como uma arara na floresta, para enviar um poder sobrenatural a Ele e transforma-lo em um Protetor da Aldeia, No entanto Ihajãc se renega em aceitar e cai sobre ele consequências ruins que o desafiam ao longo das cenas. Logo na primeira parte do filme, fiquei impressionante com tamanha cinematografia, com tanto jogo de luzes, o som natural dos animais que ali estavam e a valorização do momento, com o reflexo da lua sobe a Cachoeira, todos os movimentos sendo feitos sincronizados e harmônicos em uma melodia única e autentica, trazia naquela cena um sentimento de mistério e magia, ao qual me deixou intriga e impressionada com tanta originalidade, pois os produtores do filme tiveram um tanto que uma ‘’ousadia’’ em preservar a cena de uma maneira Natural e reflexiva, trazendo para o telespectador um sentimento de intimidade com as cenas que me fazia refletir sobre os encantos e as belezas das nossas Florestas Brasileiras.
Relevam também, em suas músicas, danças e traços de pigmentação da pele, do corte dos cabelos com os acessórios de sementes de plantas, da forma como capturaram a sua caça, do jeito como se banham nos rios, da preparação rustica e simples de cada alimento feito a lenha temperado com ervas naturais, todos esses aspectos me trouxe uma admiração e respeito pela cultura e os costumes dos povos indígenas ao ver cada parte do filme, eu fui descobrindo um olhar diferente do que se diz respeito os povos indígenas e é incrível a maneira como preservam a sua língua nativa, de uma orgulhosa!. Mesmo com a globalização interfira de forma positiva e negativa nos hábitos e costumes indígenas, os mesmo, continuam lutando para enraizar as suas origens, com muita música e cores. Essa percepção de globalização pode ser vista em uma cena em que a Kôto Krahô (Esposa de Ihjãc) pinta as unhas e está usando roupas comuns dos moradores da cidade urbana. Os mais experientes da tribo transmitem seus conhecimentos e visão do mundo para os mais novos e os mesmo ouvem com grande respeito e guardam todas as experiências passadas. Quando realizam um agradecimento e devoção aos Espíritos e Deuses da natureza, mostra em sua cantoriaum sentimento de orgulho e euforia em sua volta, e isso reforça a ideia de que eles buscam preservar e conservar seus costumes milenares, em cada cena do filme essa percepção fica marcante para o telespectador.
Depois da revelação dada pelo Pajé ,de que o espirito não iria ficar em paz até o que ele aceitasse seu destino, ele então decide fugir para cidade grande em busca de solucionar todas as dores físicas e mentais ocasionadas pelo espírito da Arara, Ihajãc então ir até a Cidade grande mais próxima, em busca de médicos e um abrigo, chegando lá, ele entra no hospital e se depara com enfermeiros ignorantes e intolerantes a dificuldade do indígena se expressa para eles, e assim identifica um certo preconceito diante da sua etnia, mas apesar de todos esses momentos ruins, o mesmo insistem em permanecer por medo de voltar a sua aldeia e ter que enfrentar novamente a Arara que o tanto atormenta e ficar por um longo tempo pela cidade .
Quando o protagonista volta para sua tribo indígena, ocorre então as preparações de rituais com muita pintura, cantoria e celebrações, todos do tribo indígena, fazem uma reunião em homenagem a memoria do pai dele, e todos se emocionam e buscam naquele momento relembrar pela ultima vez da sua existência na terra e assim deixar o seu espirito partir em paz, conforme os índios acreditam, releva na cena do filme, uma mistura de empatia e solidariedade com os demais, que são sentimentos muito nobres. Acima mostra a imagem da dele com a mãe realiza o os preparativos e reúne todos da Aldeia dos mortos para celebrar a festividade.
Logo em seguida o Ihjãc fica diante da cachoeira hipnotizado com tanto esplendor!. Releva na cena um sentimento de aceitação e devoção a natureza e assim todos seus costumes e cultura indígenas. Fiquei no cinema intrigada com as cores e os sons emitidos naquele instante da cena e a mistura de sensações foi me invadindo e me atiçando a curiosidade em busca do que aconteceria depois que o protagonista mergulha-se na cachoeira dada como mística aceitando assim seu destino dentro do tribo Krâho, ao qual enriqueceu meu coração de contemplação naquele exato instante.
FICHA TÉCNICA
Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos
Com: Henrique Ihjãc Krahô, Raene Kôtô Krahô e os habitantes da aldeia Pedra Branca – Terra Indígena Krahô
Direção: João Salaviza, Renée Nader Messora
Produção: João Salaviza, Renée Nader Messora, Ricardo Alves Jr., Thiago Macêdo Correia, Karõ Filmes, Entrefilmes, Material Bruto
Imagem: Renée Nader Messora
Montagem: João Salaviza, Renée Nader Messora, Edgar Feldman
Desenho de som: Pablo Lamar
Misturas: Ariel Henrique
Som direto: Vitor Aratanha
Direção de produção: Isabella Nader
Distribuição Brasil: Embaúba Filmes
World première – Mostra Un Certain Regard – Festival de Cannes 2018 (Prêmio Especial do Júri)
FICHA TÉCNICA
Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos
Com: Henrique Ihjãc Krahô, Raene Kôtô Krahô e os habitantes da aldeia Pedra Branca – Terra Indígena Krahô
Direção: João Salaviza, Renée Nader Messora
Produção: João Salaviza, Renée Nader Messora, Ricardo Alves Jr., Thiago Macêdo Correia, Karõ Filmes, Entrefilmes, Material Bruto
Imagem: Renée Nader Messora
Montagem: João Salaviza, Renée Nader Messora, Edgar Feldman
Desenho de som: Pablo Lamar
Misturas: Ariel Henrique
Som direto: Vitor Aratanha
Direção de produção: Isabella Nader
Distribuição Brasil: Embaúba Filmes
World première – Mostra Un Certain Regard – Festival de Cannes 2018 (Prêmio Especial do Júri)
Larissa Carvalho Oliveira
Resenhista, Assistente do site, Operadora de Telemarketing.
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